Hoje li um texto de um grande amigo, o qual nos permite compartilhá-lo aqui no Blog. Este texto me remeteu a uma reflexão que tive ontem sobre a nossa rotina que nos cega e nos fazem deixar de se importar com as coisas que realmente nos fazem bem..Aquela rotina que nos fadiga, que nos cansa e nos faz aceitarmos as coisas como estão, sem propor ou planejar alguma mudança, a qual pode ser benéfica no sentido de nos dar disciplina e organização, mas que por outro lado ela pode despertar preguiça e descontentamento, nos submetendo às coisas práticas da vida, inseridas em tecnologias impessoais. Fazer as mesmas coisas todos os dias, sem um momento novo, faz com que nos acomodemos naquilo que nos parece ser suficiente sem almejarmos algo que pode nos acrescentar. E diante dessa frustração que me traz, acrescento ainda, logo após o texto, uma música, que fala muito por si só.
" Borrões
A
cidade me parece tão despreocupada com o vai e vem de um corre-corre
desenfreado e seus pequenos lampejos de raios de sol que tentam abrir espaço
entre as nuvens densas.
Estou
como um observador sentado em uma das poltronas do ônibus que faz o traslado
até o aeroporto. Ninguém está na poltrona ao meu lado; tenho pessoas ao meu
redor, porém tudo inspira solidão. A companhia é a música que desperta meus
sentidos e tenta dar um pouco de significado ao caminho que me levará a mais um
destino.
Um
olhar atento e percebo que os “companheiros” são os celulares, enquanto as
pessoas estão lado a lado, cheias de suas próprias histórias, possibilidades de
uma boa conversa. Nesse momento, em mim brota um desejo de dizer “chega! onde
todos nós escondemos nossa humanidade?”. Seremos escravos de um sistema
programado para isolar, fazer produzir e perder a sensibilidade?
Finalmente
chego ao aeroporto e minha surpresa é apenas um aumento incontável de
dispositivos móveis, corredores e seus engravatados, famílias, atletas (será
que rola um artista?).
Sim,
escuto algumas poucas conversas; todas elas carregadas de uma agenda apertada,
de um atraso no voo, desinformações, troca de portão… e a vida segue.
Segue
para aonde? Para cada vez mais longe do outro, para a falsa ilusão de que minha
vida está caminhando e ter tempo com o outro é, na verdade, perder tempo?
Pressa,
pressa mais depressa, e assim vamos nos permitindo ser envolvidos e muitas
vezes engolidos pela máquina opressora e fadada ao fracasso com cara de
sucesso; afinal de contas, o mundo não pode parar.
Parar,
isso sim seria interessante. E se tudo parasse numa pane geral e eu e você nos
víssemos cercados apenas pelo outro? Será que faltariam palavras, não
saberíamos lidar com a situação do olho no olho, do ter que se desconectar do
mundo virtual e viver a vida real?
Seria
exagero de minha parte ou a constatação é que, na realidade, caminhamos para
trás como humanidade e as relações estão se tornando frias, instáveis e
passageiras?
Diante
desse quadro cheio de borrões, convoco os conscientes a não permitirem que esse
seja o resumo da ópera de nossos dias.
Jeverton “Magrão” Ledo - missionário e pastor
de jovens"
Que o nosso estímulo seja renovado a cada dia, para não cairmos nessa rotina que nos persegue.
By Carola Isabel Pucci
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